6 de março de 2013

Coberturas Ofensivas

Qualquer treinador, adjunto ou mero estratega de futebol, tem de fazer perguntas a sim próprio para estruturar o seu modelo de jogo, parece uma lista enorme que nunca mais acaba mas depois de ter tudo bem idealizado vão ver que vai ser simples. As ideias bem definidas e identificadas com a equipa são sempre uma mais valia, como se fosse o ADN da equipa..


De entre muitas perguntas vem uma que pouco se fala e quando se fala nunca é no processo ofensivo mas sim no defensivo, que são as “coberturas ofensivas”, afinal o que são? como se fazem? onde se fazem? e quem faz?

Já dizia o José Mourinho, que não sabia ao certo quando a sua equipa estava a atacar ou a defender, pois não consegue separar as duas coisas, pode-se concluir que quando estamos atacar também estamos a defender ou vice-versa. Pegando novamente no processo ofensivo, quer dizer que quando estamos em posse de bola também temos que nos preparar para defender e é aqui que entra as coberturas ofensivas, vamos começar pelo o básico, imaginemos o jogador A com a bola que por sua vez tem sempre um jogador B da sua a equipa a fazer-lhe cobertura, sempre preparado para recuperar a bola aquando da sua perda, com esta pequena movimentação táctica estamos mais próximos de voltar a ter a posse de bola.

Agora que já falamos numa escala reduzida, podemos implementa-la de várias maneiras, sempre anexada ao nosso modelo de jogo. Imaginemos um extremo que é muito bom num 1x1, ele vai sentir-se mais confiante para o fazer se souber que tem cobertura nas suas costas, e se perder a bola sabe que não vai comprometer a estrutura da equipa, por sua vez a equipa está preparada para recuperar a bola ainda numa fase ofensiva.

Não podemos esquecer que as coberturas ofensivas, podem ser efectuadas em qualquer zona do campo ou com vários jogadores, basta definir quem e quando o faz.

Continuando a pegar no exemplo anterior vou dizer quem o pode fazer, mas mais uma vez relembro que obedece sempre ao nosso modelo de jogo, porque não posso pedir ao meu lateral que faça cobertura ao extremo quando no nosso modelo de jogo os laterais não sobem. Mas para a situação do extremo podemos muito bem utilizar o lateral ou o trinco ou até mesmo os dois porque não!!! A utilização de um dos médios também pode de ser, mas na minha opinião vai depender em que zona do campo esta a bola, se tiver no meio campo acho bem, se for numa fase mais ofensiva então acho um desperdício o médio estar com esse papel, com tudo não quero dizer que se o médio estiver nessa zona o faça, até porque o mais importante é que as coberturas sejam sempre efectuadas.

Não posso acabar este post, deixando a ideia de que as coberturas ofensivas só servem para recuperar a bola, isso não é verdade, pois são também uma linha de apoio/passe muito úteis para qualquer jogador em posse de bola e são também importantíssimas nas manobras ofensivas.

4 de março de 2013

Pontapé de baliza a favor

Sair a jogar? Bater para a frente? Qual das duas questões optar preferencialmente? Depois de optar uma delas, como vamos fazer? Quais são as nossas referencias? Onde vamos colocar a bola? Como se posicionam os jogadores? São questões que devem ser bastante bem definidas para que não existem duvidas e facilitem o nosso modelo de jogo.

Vou-vos falar de um modelo que pode ou não ser do vosso agrado.

Preferencialmente opto por sair a jogar, agora que tenho uma preferência resta-me aperfeiçoa-la e tudo começa no GR, pois é ele quem toma a decisão, as acções que ele efectuar vão ser relevantes para a nossa estratégia.
Os Comportamentos do GR são: a reposição de bola deve ser rápida, quanto mais rápidos formos a tomar as decisões mais probabilidades temos de surpreender o adversário, em seguida o GR deve colocar a bola sensivelmente ao meio da pequena área, de forma a poder sair a jogar por ambos os lados (noto uma rotina do GR em colocar a bola no bico da pequena área). Se não der para sair a jogar, falemos disso um pouco mais a frente.

Os comportamentos dos defesas são: aqui começa a complicar, pois temos dois centrais e dois laterais, igualmente como as acções tomadas por o GR, os jogadores de campo também devem ser rápidos a posicionarem-se. Neste modelo opto por subir os laterais e abrir os centrais, um no lado direito e outro no lado esquerdo e faço baixar o trinco para o meio dos centrais. Neste momento crio uma duvida na equipa adversária ou deixam-nos sair a jogar (não quer dizer que consigamos em profundidade) ou então fazem pressão na minha linha defensiva e isso obriga a defenderem em campo grande, sempre desaconselhável (se mesmo assim conseguirem fazer pressão adequada, também temos outra opção). Agora que um dos meus centrais tem a bola, já podemos montar a estratégia de saída para o ataque, que vai depender muito do que a equipa adversária deixa fazer e daquilo que nós treinamos (podemos falar disso noutro post).


Agora vamos voltar atrás, se o GR não conseguir colocar a bola nos centrais (por pressão da equipa adversária) então vai optar por pontapear para a frente, mais vai obedecer a uma estratégia, ele vai colocar a bola numa das laterais (de preferência a lateral que a bola esta mais descaída), para um dos meus extremos que poderá ou não ganhar a 1º bola se não ganhar estamos prontos para ganhar a 2º bola com um dos laterais entretanto subidos e os médios centro, se repararem bem neste momento estamos em igualdade numérica no meio campo (pois três jogadores da equipa adversária estão a marcar os meu três homens da linha defensiva e já ficaram para trás) sendo sempre muito bom para qualquer equipa em posse de bola, se conseguirmos ganhar a 2º bola então vamos de certeza estar em superioridade numérica numa determinada zona sendo essa zona já perigosa para a equipa adversária.

Voltemos outra vez atrás aos centrais, imaginemos que recebem a bola mas são alvo de uma pressão rápida e eficiente, não conseguindo sair a jogar então a opção passa por bater a bola igualmente para o sitio que o GR meteu anteriormente (num dos meus extremos) e mais uma vez estamos bem colocados para ganhar a 1º ou 2º bola.


Nesta duas situações que referi anteriormente (pontapear a bola para a frente), é importante que a linha ofensiva não baixe mantendo o jogo esticado, se baixar então estamos a facilitar a equipa adversária.

Como qualquer principio e sub princípio de jogo, obedece a muito treino e rotinas de jogo. A criação de exercícios adequados facilita a aprendizagem do modelo de jogo.

Tentei não entrar aprofundadamente nas rotinas no modelo ofensivo e transições ofensivas, que de certo cada treinador tem e treina. Apenas é um exemplo de entre muitos.